Ser Soberano significa estar acima de tudo e de todos, em força e em saber — isto está em qualquer dicionário que consultarmos.
Todos, em todas as religiões ou denominações, admitem e aceitam a Soberania de DEUS. O que tem faltado é a compreensão real do que consiste a Soberania de DEUS em nossas vidas.
Artigos extensos e muitos livros têm sido escritos sobre este assunto; no entanto, não há muito o que dizer quando se considera o fundamento: as coisas de DEUS são simples, e Sua simplicidade revela a profundidade da verdade.
1. A Soberania na Criação – Força
DEUS estabeleceu a Sua Soberania sobre o homem no Éden.
Ao dizer a Adão:
“De toda a árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gênesis 2:16–17),
DEUS definiu os limites da existência humana — não por tirania, mas por amor e sabedoria.
O homem não se tornou uma alma vivente por vontade própria.
DEUS o formou do pó da terra e soprou em suas narinas o fôlego da vida. Assim, o homem passou a existir consciente de DEUS e de toda a criação ao redor.
Ao receber vida, o homem recebeu também consciência, discernimento e liberdade.
Mas, junto com essa liberdade, veio o limite — o reconhecimento de que a vida pertence a DEUS.
Nós nascemos sem querer, vivemos sem querer e morremos sem querer.
É nisto que consiste a Soberania de DEUS em força: não há nada que o homem possa fazer para superar este limite, e é este limite que o mantém dependente do Criador.
DEUS consolidou essa soberania quando enviou o dilúvio sobre a Terra. Se não fosse a fidelidade de Noé, a humanidade teria sido extinta. O dilúvio não foi um ato de destruição, mas de justiça — uma lembrança de que a vida e a continuidade da criação pertencem exclusivamente a DEUS.
2. A Soberania na Consciência – Sabedoria
A segunda dimensão da Soberania de DEUS se manifesta na consciência.
Quando o homem desobedeceu, comendo do fruto proibido, nada de imediato lhe aconteceu.
Não caiu morto, nem viu os céus se fecharem — e foi aí que nasceu a ilusão da autonomia.
Adão acreditou que poderia viver segundo o próprio entendimento.
Mas o que realmente aconteceu foi a separação entre o homem e DEUS, não por força, mas por consciência.
Adão agora sabia o que era o bem e o mal, mas não tinha mais a referência de DEUS para discernir qual caminho seguir.
Mesmo assim, DEUS não o destruiu.
Ao contrário, DEUS o vestiu com túnicas de peles, como se dissesse:
“Se isso é o que te falta para vir à Minha presença, aí está. Vista-se.”
Era como se DEUS dissesse: “Ainda que tenhas desobedecido, continuo provendo o que precisas para viver.”
Mas Adão confundiu misericórdia com consentimento.
Acreditou que podia ser senhor do próprio destino, e o mundo passou a ser governado pelo entendimento do homem, não mais pela sabedoria de DEUS.
3. A Ilusão da Autonomia Humana
Ao sair do Éden, o homem ainda estava vivo, forte, com o mundo inteiro à sua disposição — mas agora sem acesso à Árvore da Vida.
DEUS colocou querubins e uma espada flamejante para guardar o caminho da árvore, não para castigar, mas para preservar a justiça.
A vida eterna não poderia ser alcançada por um ser que rejeitara a vontade de DEUS.
A partir daí, cada homem passou a viver segundo o seu próprio entendimento, e o mundo mergulhou em caos.
A ausência de um princípio moral fez surgir o domínio do mais forte, o orgulho, a violência e a corrupção da Terra.
Foi nesse cenário que Enoque apareceu.
4. O Reencontro com a Soberania – Enoque e o Caminho da Vida
Enoque, ao ouvir de Adão a história da criação, compreendeu algo que os demais ignoravam:
“A vida não está em viver, mas em andar com DEUS que é a fonte da vida.”
Ao meditar sobre a perda do Éden, Enoque entendeu que a separação entre o homem e DEUS não foi imposta pela força, mas provocada pela escolha.
E assim, por escolha, ele decidiu andar com DEUS.
A Bíblia resume sua vida em poucas palavras, mas nelas há um mundo de revelação:
“E andou Enoque com DEUS, e não apareceu mais, porquanto DEUS para si o tomou” (Gênesis 5:24).
Enoque restabeleceu em si o princípio da Soberania, reconhecendo DEUS não apenas como Criador, mas como razão de existir.
Enquanto o mundo se distanciava, Enoque se aproximava.
Enquanto muitos buscavam poder, Enoque buscava comunhão.
5. A Restauração em JESUS CRISTO – O Retorno ao Propósito Original
Séculos depois, o SENHOR JESUS CRISTO veio restaurar aquilo que Adão perdeu: o direito de viver em comunhão com DEUS.
Enquanto Adão desobedeceu por buscar ser igual a DEUS, JESUS se humilhou para obedecer, sendo igual a DEUS.
Em JESUS, a Soberania de DEUS se revelou em plenitude — não pela força que impõe, mas pela sabedoria que salva.
A verdadeira liberdade está em reconhecer que toda autoridade pertence a DEUS, e que somente em JESUS CRISTO a vontade de DEUS e a liberdade do homem voltam a se encontrar.
Por isso, JESUS disse:
“Eu sou o Caminho, e a Verdade, e a Vida; ninguém vem ao Pai, senão por Mim” (João 14:6).
O Caminho é a obediência,
a Verdade é a sabedoria,
e a Vida é a força que vem de DEUS.
Conclusão
DEUS não precisa se impor, nem exigir, para que a Sua Soberania seja considerada, porque ela se estabelece pela verdade da realidade do que vivemos no nosso dia a dia.
A Soberania de DEUS não é algo que precisa ser reconhecido para existir — ela simplesmente é.
Ela se manifesta em tudo o que vivemos: no nascer e no morrer, no limite da nossa força e na extensão do nosso entendimento.
Mesmo quando o homem tenta ignorá-la, a própria realidade se encarrega de lembrá-lo de que tudo está sob o domínio de DEUS.
A Soberania de DEUS não depende de reconhecimento humano, porque ela é o fundamento de toda a existência.
Tudo o que existe, existe nele e por causa dele.
A escolha que temos é apenas entre viver conscientes dessa verdade — ou continuar a negá-la, até que a própria vida nos prove o contrário.
Enoque escolheu andar com DEUS, reconhecendo voluntariamente a Sua Soberania.
O SENHOR JESUS CRISTO nos convida a fazer o mesmo — não por imposição, mas por amor e verdade.